
Isso é lenda urbana. Cães de rua nunca foram usados para fabricar sabão. Tudo indica que essa história nasceu numa confusão curiosa. "O que ocorria é que os primeiros caminhões do centro de controle de zoonoses que recolhiam os cachorros nas ruas - as populares ‘carrocinhas’ - eram muito parecidos com os que recolhiam carcaças de carne nos açougues. Desde então, o povo começou a associar uma coisa à outra", afirma o biólogo Hildebrando Montenegro, assistente de direção do Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo. Aliás, usar gordura de bicho pra fazer sabão é coisa do tempo em que se amarrava cachorro com lingüiça. Hoje, os sabões industrias substituíram a gordura animal pela vegetal. Apesar de não alimentar a indústria de sabão, a carrocinha continua recolhendo os cachorros que ficam soltos pelas ruas. Eles vão para o centro de controle de zoonoses de cada prefeitura, à espera dos donos desalmados. Se ninguém aparece para resgatá-los ou adotá-los num prazo médio de uma semana, os totós são sacrificados com uma injeção letal.Para evitar que o seu au-au entre nessa grande fria, siga os passos do quadro Faça Você Mesmo e crie uma identificação animal para o seu querido cãozinho de estimação:
Não seja cachorro com seu cão
Faça um "RG animal" para facilitar a localização do seu totó se ele sumir
1. Faça um "RG animal" para facilitar a localização do seu totó se ele sumir. Em cidades como São Paulo, os donos de cães têm de registrar seus au-aus na prefeitura ou em pet shops credenciadas. Nesses lugares, o proprietário preenche uma ficha completa, informando o nome, a raça e a idade do bicho, além de informações como nome, endereço e telefone do dono
2. Depois do registro, os totós recebem uma plaquinha de metal para pendurar na coleira, com um número (o "RG animal") e o telefone do centro de controle de zoonoses. Se a sua cidade não tem esse serviço, improvise uma plaquinha com o seu telefone anotado. Em pet shops, dá para comprar placas de metal e gravar essas informações por um preço acessível
3. Quando os cães são capturados pela carrocinha, eles são levados para o centro de controle de zoonoses. Se estiverem com a plaquinha, os técnicos do órgão entram em contato com o dono e avisam que o bichinho está por lá. O dono distraído tem de pagar uma multa por ter deixado o totó escapulir. Em São Paulo, a taxa é de 25,80 reais